As crianças e a obesidade

Estamos a chegar à Páscoa, época de amêndoas e ovos de chocolate. Os supermercados e pastelarias estão repletos de verdadeiras tentações para as crianças e os adultos mais gulosos. Nós, mulheres preocupadas com a saúde, sabemos (ou deveríamos saber) qual a dose certa a comer e como mães, temos de saber qual a dose certa de guloseimas que vamos deixar os filhotes comer neste fim-de-semana. Porquê? Porque a obesidade infantil é uma doença que afecta cada vez mais crianças física e emocionalmente e é esta a doença que lhe vamos dar a conhecer um pouco melhor.

As crianças de hoje são claramente mais gorduchinhas que as crianças que os nossos pais ou avós foram, certo? Isto só tem duas explicações possíveis: ou comem menos mas gastam menos também ou o que comem, apesar de pouco, é muito mais calórico e menos saudável.

Se o seu rebento é daquelas crianças que nem é assim tão gulosa e o que gosta mesmo é das horas das refeições, então não é tão preocupante. É muito importante que uma criança goste de todo o tipo de alimentos e que não faça cara feia quando tem peixe cozido, sopa ou bróculos à frente. Se por outro lado, é daquelas crianças que demora muito tempo a comer e nem sempre come o que lhe apresentam mas nos intervalos das refeições pede-lhe bolachas e batatas fritas, então é possível que tenha um problema. Por um lado, da mesma maneira que nem todas nós gostamos de carne de coelho, o seu filho não é obrigado a gostar de tudinho mas há que distinguir o que é fome de gulosice.

Se o seu filho tem tendência a ser mais cheiinho e se lhe mete dó ter de lhe dizer não quando ele quer um doce ou um gelado, pense duas vezes. Lembre-se que se lhe substituir essa guloseima por uma peça de fruta ou um iogurte está a evitar que o seu filho venha a ter alguns problemas. A nível físico, sabemos o que a gordura em excesso faz à nossa saúde: não há nenhum aspecto positivo em ter gordura a mais. A nível psicológico também o vai perturbar: crianças obesas são normalmente alvo de chacota por parte das outras crianças e nenhum pai quer que o seu filho tenha baixa auto-estima.

É aqui que os educandos têm um papel muito especial. A nível alimentar nós sabemos muito bem o que fazer. Dê uma volta aos seus armários e pondere muito bem a compra de bolachas, refrigerantes e tudo o que tenha um nível elevado de açúcar. Arranje substitutos: pacotinhos de leite, iogurtes de frutas, pacotinhos de fruta, por exemplo. Se a peste gosta de cereais de chocolate ao pequeno-almoço, muito bem. Dê-lhe os cereais com leite, mas nesse dia não lhe dê mais nada do género. No dia seguinte, faça-lhe um pãozinho e um copo de leite e se ele se portar bem, já pode comer uma bolacha ao lanche. Percebe? Claro que as pizzas, os hambúrgueres, os sumos com gás são alimentos que embora calóricos fazem parte do nosso mundo. Porque não criar ao seu filho um dia de asneiras, tal como na sua própria dieta? Naquele dia, ele come o que quiser (sem abusar, claro).

Se lhe custa mesmo muito restringir o seu pequenote de comida, então adopte a outra parte da teoria: faça do seu filho uma criança activa. Sim, sabemos que a maior parte dos miúdos de hoje não param quietos mas não é deste tipo de actividade que estamos a falar. Leve-o a andar de bicicleta duas ou três vezes por semana, inscreva-o na natação, no karaté ou no futebol. Corte-lhe nas horas de televisão ou computador e leve-o a passear o cão consigo. Se for uma menina, incentive-a a frequentar um estilo qualquer de dança, ténis, aeróbica natação ou dê um grande passeio com ela e mostre-lhe os diferentes tipos de flores que existem nos jardins da cidade.

Acima de tudo, dê o exemplo. Muitas das vezes a obesidade pode ter origem hereditária, certo? Explique-lhes o porquê de comer legumes e menos chocolates. Incentive-os a beber água regularmente e essencialmente, não os compare com nenhum amiguinho ou amiguinha dizendo que estão mais gordinhos que o João ou a Maria. Aproveite e façam uma actividade familiar em conjunto.

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